VOCÊ ESTÁ DEMITIDO! Que tal uma conversa sobre offboarding humanizado e dicas para superar uma demissão?

VOCÊ ESTÁ DEMITIDO! Que tal uma conversa sobre offboarding humanizado e dicas para superar uma demissão?

No artigo a seguir, vamos falar sobre o quão delicado é vivenciar um processo de demissão e a necessidade de praticarmos empatia, acolhimento e apoio com quem está passando por essa situação. Nesta publicação, ressalto a responsabilidade e cuidado que as empresas devem ter ao conduzir desligamentos. Finalizo compartilhando algumas dicas com o objetivo de ajudar quem foi desligado a resgatar sua trajetória profissional, autoestima e motivação para ir em frente.

Demissões
Ao longo desses últimos meses a palavra demissão apareceu inúmeras vezes no feed do meu LinkedIn, mas não falarei especificamente sobre as demissões em massa realizadas por algumas startups, o objetivo desse artigo é falar sobre esse tema de modo geral.
Trabalho há mais de 10 anos na área de RH e, ao longo de minha trajetória, assessorei profissionais de diferentes áreas e níveis hierárquicos que tinham sido recém demitidos. Sem dúvida, esse é um momento muito difícil! E, se já é difícil quando o desligamento é realizado de forma cuidadosa e humanizada, imagine quando não é.
Uma demissão não afeta apenas a vida de quem foi desligado, afeta também a vida dos seus familiares, amigos, a renda da família, a autoestima desta pessoa, ou seja, é um momento muito desafiador.
Por isso, todo cuidado, respeito, clareza e acolhimento são importantes por parte de quem efetua os desligamentos e de quem apoia esses profissionais que enfrentam essa fase tão difícil.

Luto
Cada pessoa irá reagir de uma forma, mas sabemos que muitos profissionais demitidos vivenciam um processo de luto. A seguir, cito as fases desse processo (de acordo com estudos realizados pela Psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross) para nos ajudar nessa reflexão.

Negação;
Raiva;
Barganha;
Depressão;
Aceitação.

Você sabia que a dor de uma demissão pode ser comparada a dor de um processo de luto? Pois é, ao tomarmos consciência da dor que um desligamento causa, conseguimos entender a delicadeza desse momento.

Offboarding humanizado, nada mais é que um desligamento feito de forma profissional e respeitosa!

Um desligamento é algo impactante sim! Desse modo, o mínimo que se espera de uma empresa ao fazer o processo de desligamento de um colaborador é que o faça da forma mais respeitosa possível.
Cuidar do offboarding é cuidar da marca empregadora! Da mesma maneira que uma empresa investe no onboarding, precisa investir no offboarding!
Muitos profissionais acabam sendo desligados pelo RH ou outros gestores que não os seus diretos. Inclusive, mesmo quando desligados por seus gestores diretos, desconhecem o motivo do desligamento. Ou seja, não recebem feedback e oportunidade de desenvolvimento.

O que se espera:
Feedbacks constantes;
Oportunidades de desenvolvimento;
Clareza do motivo do desligamento;
Atenção, cuidado e respeito durante todo o processo;
Suporte – extensão de benefícios, apoio na recolocação/outplacement, salário adicional.

Fizemos uma análise rápida sobre esse momento difícil que é um processo desligamento e sobre o cuidado e responsabilidade que as empresas devem assumir ao desligar um profissional. Na sequência, compartilho algumas dicas, com o objetivo de oferecer suporte e apoio, para as pessoas que estão vivenciando esse momento.

Dicas para superar uma demissão

Primeira Dica:
Permita-se viver o luto e externe o que está sentindo, pois entender os sentimentos gerados pelo desligamento contribuirá inclusive para o seu processo de cura. Se possível, procure apoio profissional, nem todas as pessoas conseguirão lidar com isso sozinhas. Caso não possa pagar, existem clínicas de psicologia das universidades que prestam serviço à comunidade.
Fale sobre a demissão com sua família, pois isso vai afetar a vida de todos. Conte como está se sentindo, solicite ajuda para redução de custos e inclusive apoio para que compreendam seu momento.
Fale com seus amigos, pois todo suporte será bem-vindo!
Se possível, tire uns dias para descanso e viaje. Não sendo viável, descanse em casa mesmo. Mas, tente relaxar.
Uma vez que se sinta mais acolhido e que tenha “digerido” melhor a situação, aí sim é hora de partir para a segunda dica.

Segunda Dica:
Analise o que aconteceu, absorva os aprendizados dessa situação (se for o caso) e siga em frente.

✔ Observação: alguns profissionais saem da empresa, mas continuam conectados com todo o contexto dela, entretanto minha recomendação para você é: desconecte-se! Não estou falando para não ter mais contatos ou amizade com as pessoas que trabalham lá, mas informe seus contatos de que você não tem mais interesse em receber atualizações do seu antigo empregador, diga que está seguindo outro caminho e receber essas informações não te faz bem.

Resgate sua trajetória profissional

Relembre tudo que você já construiu, pois isso irá contribuir para resgatar sua autoestima, valorizar seus resultados e aprendizados e se preparar para entrevistas.

Planeje seu retorno ao mercado

Existem inúmeras informações disponíveis gratuitamente que poderão te ajudar ou conte com a ajuda de um profissional (caso tenha essa possibilidade). O planejamento precisará ser detalhado, estratégico e envolver:
Planejamento financeiro: custos (fixos e variáveis) e investimentos:
Mapeie os custos fixos e variáveis do seu orçamento, assim como os investimentos necessários – curso de atualização, idiomas, eventos para networking, leituras, consultoria de carreira, psicólogo.
Estratégia de retorno ao mercado:
Defina uma estratégia para o seu retorno ao mercado de trabalho. Para isso, responda os questionamentos abaixo:

Quais posições irá pleitear?
Quais são as empresas do seu interesse?
Avalia downgrade ou movimentação lateral?
Avalia mudança (para quais regiões?)?
Qual o tempo estimado para o seu processo de recolocação?
Vai voltar para o mercado ou empreender?
Qual será sua fonte de renda até voltar para o mercado (caso essa seja a opção escolhida)?
Quem pode te ajudar?
Qual será seu Plano B?

Terceira Dica:
Ação

Com tudo planejado e tendo clareza sobre o que deseja fazer e precisa para cumprir o que foi estipulado, é hora de fazer as coisas acontecerem! Compartilho, como suporte para te ajudar com a terceira dica, um artigo que preparei sobre retorno ao mercado de trabalho. Link abaixo:

https://www.linkedin.com/pulse/guia-r%25C3%25A1pido-para-contribuir-com-seu-retorno-ao-mercado-queiroz/?trackingId=6cKgTI7rTISzOpuNVzSGVg%3D%3D

Empatia

“Você é mais do que o cargo que ocupa!” Imagino que você já ouviu alguém citar essa frase; eu ouvi várias vezes e concordo com ela, porém assimilá-la não é tão simples assim.

Um dia você é o Gerente Nacional de Vendas de uma empresa Multinacional X, tem carro, celular, notebook de última geração, agenda cheia e precisa recusar convites, pois são muitas as demandas. No outro, você não tem mais nada disso.
Ou ainda, você costumava se apresentar como o Fulano da empresa X, e agora?

Parece pouca coisa, apego talvez, mas não é!

Uma demissão pode abalar muito: a pessoa sente que perdeu o chão, não sabe como falar para a família, acha que não tem amigos e/ou fica ansiosa pensando como vai ser o futuro. Muitas vezes, não possui um currículo, visto que nunca precisou elaborar um; não sabe o que precisa fazer para se recolocar, sente vergonha por estar fora do mercado, sente-se incapaz ou que falhou por ter sido demitida.

Há algum tempo vi dois posts aqui no LinkedIn e acho válido compartilhar sobre a prática da empatia com quem está fora do mercado. O 1º post foi realizado pela profissional Siliane Popsin e o 2º pelo profissional Ronaldo Cerqueira (Especialista em Carreiras Bancárias/MF).

Primeiro Post – Siliane Popsin:

“Por favor, tenha empatia ao conversar com alguém que está sem emprego. Pessoas nessa situação, geralmente estão bastante fragilizadas.
Que tal mudar a abordagem?

DE: Nossa, você ainda está desempregado? Ainda não conseguiu nada?
PARA: Você é um excelente profissional! Logo estará recolocado.

DE: Ora, aceite logo qualquer trabalho. Não é tempo de escolher!
PARA: Avalie sua situação e escolha o que é melhor para você.

DE: Você está desempregado porque quer. Isso é falta de vontade. Se realmente quisesse, já estaria trabalhando.
PARA: Você já pensou o que pode fazer para se preparar melhor para competir nos processos seletivos? O que eu posso fazer para te ajudar?

Se o seu comentário pode hostilizar o outro, não o faça.

Já dizia o velho ditado, muito ajuda quem não atrapalha.”

Segundo Post  Ronaldo Cerqueira:

“Ninguém sabe a dor do desemprego a não ser quem vive a situação.
Podem rolar algumas neuras, questionamentos a si mesmo sobre sua capacidade, uma onda de pensamentos atrapalhados que parecem significar o fim de tudo… Calma, se você se identificou, saiba que isso é muito comum! E não se ache a pior pessoa do mundo por ver uma debandada após você sair do emprego.
Os poucos que ficarão, tem mais valor do que os muitos que partirão!
Boa parte das pessoas que estão ao “seu lado”, não estão contigo. Isso é com qualquer pessoa.
1- Amanse o seu coração. ORE!
2- Não está em situação de “terra arrasada”. Tem muitas coisas boas no seu interior e são elas que vão te reconstruir. É hora de se resgatar e usar suas fortalezas. Viva seu “luto”, mas LUTE para que ele seja breve e não machuque sua essência, por mais traumática que tenha sido a demissão. OLHE PARA FRENTE!
3- Faça um plano de ação. Sem ele, provavelmente se perderá, o que é perigoso a quem já está fragilizado por uma demissão.
4- Tenha pessoas positivas ao lado. Positivo não é quem fala coisas doces e acolhedoras, mas quem te provoca (no bom sentido) a crescer! Não tenha medo de se desenvolver, procure pessoas capazes disso e se reinvente!
Siga firme! Logo você estará novamente brilhando no mercado, e o melhor, sem um monte de gente que você achou que era amiga e que na adversidade se mostrou como realmente é.
Quem se afastou de você como se tivesse uma doença contagiosa, nunca mereceu estar ao seu lado! Tire lições dessa jornada, e tire para a sua vida toda. Não apenas pensando na sua busca por emprego agora.
Você não precisa de muitas pessoas, você precisa sim de poucas E CERTAS pessoas para te acompanhar, além, claro, de Deus.
Cultive SEMPRE seu network. Uma boa rede de contatos, saudável, nutrida, VALE OURO.”

O que você pode fazer para ajudar aquele seu amigo ou colega que está fora do mercado?
Algumas ideias: ajude com uma revisão de currículo, convide-o para tomar um café e pratique a escuta ativa, envie uma mensagem de motivação e demonstre seu apoio e disponibilidade para ajudá-lo e/ou ative sua rede de contatos para saber se existem oportunidades aderentes ao perfil dessa pessoa. Com certeza, todo suporte será bem recebido!

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