Comunicação: uma Soft Skill que é POWER e vai muito além da oratória!

Comunicação: uma Soft Skill que é POWER e vai muito além da oratória!


Soft Skills
As Soft Skills são habilidades comportamentais e interpessoais que estão sendo muito valorizadas no mundo do trabalho. Estamos vivendo na era da Transformação Digital que está provocando inúmeras mudanças na forma como vivemos e trabalhamos. Sabemos que muitos profissionais hoje buscam uma oportunidade de trabalho híbrido ou remoto e, se a comunicação já era importante no trabalho presencial, no híbrido/remoto é imprescindível. Dentre tantas soft skills que precisamos desenvolver, vale a pena investir na comunicação!

Conceito de Comunicação, a arte da escuta e do diálogo
A comunicação é o ato de trocar informações havendo, de um lado, quem emite a mensagem e do outro quem recebe e interpreta essa mensagem e, por isso, ela deve ser transmitida com o mínimo de ruídos possível, de maneira clara e objetiva.
Porém, algumas vezes, podemos nos equivocar e pensar que comunicação é apenas transmitir uma mensagem, se fazer entender. Mas, uma boa comunicação é também caracterizada por uma boa escuta. Por isso, precisamos aprender mais sobre a escuta ativa, o acolhimento e a empatia, assim como aplicá-los em nosso dia a dia profissional e pessoal.

Sobre a arte de escutar, trago aqui um trecho do texto: “A Escutatória”, do escritor Rubem Alves:

“ Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de Escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. ”

Infelizmente, além de não “sabermos escutar”, vemos também a arte do diálogo perder força para a discussão. E, não me refiro apenas ao campo político, podemos ver isso claramente nas redes sociais, nos grupos de WhatsApp e inclusive no LinkedIn. Dias atrás, um dos influenciadores que sigo nessa rede fez um post sobre o mercado de trabalho e foi xingado por um profissional. Confesso que eu fiquei muito desconcertada com aquilo. Claro, que no LinkedIn isso é menos frequente que em outras redes, mas acontece também.
O escritor Mike George, em seu livro Mindsets, reflete sobre a diferença entre o diálogo, o debate e a discussão:

“Um diálogo é uma exploração mútua de sentido, um debate é uma troca aberta de pontos de vista e uma discussão uma batalha de opiniões. ”

Ele ainda contextualiza:

“Em uma discussão 1+1 = nada. Em um debate, 1+1 = 2. Em um diálogo 1+1 = 3”.

Acredito que a falta de habilidade para o diálogo resulta da maneira equivocada que utilizamos para nos comunicar, uma maneira, muitas vezes, violenta.

A Comunicação Não Violenta
Você já ouviu falar da Comunicação Não Violenta? O pai da CNV é o psicólogo Marshall Rosemberg – conhecido por ter criado programas de paz em locais de conflitos. Marshall publicou um livro sobre este tema e com base em seus ensinamentos (aqui apresentados de maneira bem resumida) devemos orientar nossa comunicação para os 4 passos abaixo:

Observação/Fatos: diante de uma situação conflituosa devemos nos ater aos fatos e não aos julgamentos e rótulos;
Sentimentos: devemos identificar quais sentimentos essa situação está despertando em nós;
Necessidades: investigar quais necessidades motivaram o comportamento da outra pessoa que está envolvida na situação e o que (possivelmente) ela gostaria de ter obtido.
Pedidos: ao invés de impor algo, devemos fazer um pedido, mostrar o que gostaríamos que acontecesse, o que valorizamos e propor uma ação alinhada com nossas necessidades. Assim, também estaremos solicitando a empatia por parte da outra pessoa.

Aqui, apresentei a CNV de maneira breve e resumida, mas ela vai muito além disso! Abaixo, veja como Nolah Lima, do Instituto CNV Brasil, descreveu a Comunicação Não Violenta.

“ A Comunicação Não-Violenta é, antes de tudo, a proposta de um novo olhar sobre a maneira que nos relacionamos com o outro, com o mundo e principalmente com nós mesmos. Na comunidade de CNV, falamos que aprendemos uma forma de meditação mascarada de ferramenta de comunicação. ”

Embora no título deste artigo eu tenha escrito que a comunicação vai muito além da oratória, minha intenção não foi, e nem é, diminuir a importância da mesma, já que uma boa comunicação envolve: uma boa oratória, escuta ativa, empatia, comunicação não violenta e que a mensagem comunicada esteja adequada ao público-alvo.

Adequação da mensagem ao público-alvo
Adequar a mensagem ao público-alvo requer capacidade de análise e identificação do comportamento desse público com o qual desejamos nos comunicar.
Por exemplo: se você precisa transmitir uma mensagem para seu gestor, como falaria com ele? Você já parou para analisar a forma como ele se comunica? Qual é o perfil comportamental dele? Mesmo que você não seja especialista em estudar o comportamento humano, você conseguirá fazer isso, requer atenção, curiosidade e observação.

Para comunicar-se de forma mais assertiva (seja com seu gestor, colegas, familiares e/ou amigos), veja algumas dicas abaixo:

Procure analisar como essa pessoa se comunica:
Ela é objetiva? Focada em resultados? Enérgica?
Ela é mais relacional? Otimista? Acessível?
É mais colaborativa? Empática? É mais focada em análises, informações, processos?

Ao identificar como essa pessoa se comporta, será mais fácil definir uma abordagem.
Exemplo: ao abordar um gestor que é objetivo e focado em resultados, será contraproducente ficar falando, falando e falando. Você precisará comunicar-se de maneira objetiva, com uma fala mais firme e, de preferência, focar sua mensagem nos resultados, pois é nisso que ele estará interessado.

Outras dicas:
Procure ir para reuniões já com algumas ideias estruturadas; coloque-se no lugar do outro e pense que possíveis indagações ou objeções ele poderá fazer (considerando o perfil dessa pessoa) em relação ao que você está comunicando;
Apresente as informações de forma clara e objetiva, cuide de sua oratória (sim ela é muito importante também);
Peça feedbacks sobre a forma que você se comunica.

Quando olhamos para outro e não focamos apenas em nós, inevitavelmente, a comunicação fluirá melhor, pois já estaremos no caminho de uma boa comunicação.

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